AS SERENATAS eram (e ainda são?) ritos musicais destinados a homenagear e cortejar, no segredo da noite discreta, a donzela que se queria atrair. Em Coimbra, as serenatas integram ainda as tradições da praxe académica e a Sé Velha oferece (talvez desde D. Dinis) o ambiente romântico ancestral para o início da Queima das Fitas.
As suas raízes situam-se na escala ascensional do amor cortês medieval trovadoresco, em que o aspirante à ‘mão’ da dama ia tentando chegar até ela: primeiro como “fenhador” (fingidor), depois como “precador” (primeira fala), seguindo-se a fase de “entendedor” (obtém resposta) e, finalmente, a de “drudo” (recebe um sim): ao declarar finalmente a aceitação, o ‘postulante’ transformava em “drudo” (namorado e, com mais sorte, amante…).
Ao contrário das tradições espanholas, em que as meninas (sobretudo nos lares), no final, deitavam dinheiro (muito!) no fim das canções e danças (espalhafatosas) de grupos de estudantes vestidos a rigor, em Coimbra não havia danças nem percussão, mas o anseio de uma voz de solidão, acompanhada à guitarra e à viola: no final, a donzela acendia 3 fósforos tímidos, puros e frágeis, em sinal de gratidão e promessa…
As serenatas tradicionais de Coimbra estão exemplificadas neste site no livro CANTARES DOS ESTUDANTES DE COIMBRA (AMC); as que se apresentam revelam apenas a inspiração dos sonhos e da procura do autor, em tempos de incertezas e transição, ainda antes de Coimbra.
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EXEMPLOS
Noite de amor – serenata (400 CPR, 456) [L e M: Altino M. Cardoso]
Pensamentos – serenata (400 CPR, 465) [M: Altino M. Cardoso]
Despedida – serenata (400 CPR, 436) [L e M: Altino M. Cardoso]
Canção tranquila – serenata (400 CPR, 424) [L e M: Altino M. Cardoso]
Canção – serenata (400 CPR, 423) [L e M: Altino M. Cardoso]
Canção ao vento (400 CPR, 419) [M: Altino M. Cardoso]
Canção-lenda (400 CPR, 420) [M: Altino M. Cardoso]
Canção (e) (400 CPR, 418) [M: Altino M. Cardoso]
Tentativas (400 CPR, 479) [M: Altino M. Cardoso]
Que o Amor se repita (400 CPR, 466) [L e M: Altino M. Cardoso]
Um olhar teu (400 CPR, 481) [L e M: Altino M. Cardoso]
Violino de Amor (400 CPR, 490) [L e harm: Altino M. Cardoso]
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